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Filósofo: Aprenda da Coruja!

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terça-feira, 21 de junho de 2011

Pensar a educação


Ao parar qualquer professor, principalmente da rede pública de ensino, é possível deparar-se com uma enormidade de problemas que advém de seu cotidiano. São estes quase sempre relacionados com sua prática educacional, sendo que muitas vezes, muitos não compreendem na verdade o sentido do termo educar. Para tanto, ao inicio desta conversa travar-se-á uma conceituação do mesmo procurando explanar alguns elementos essenciais para melhor compreensão e articulação da educação no contexto escolar.

A palavra "educar" provém do latim, e significa conduzir para fora, sendo sua origem: educere (ex = fora; ducere = conduzir para). Mas uma conotação um pouco mais bem elaborada e que pode ser adequada ao contexto e finalidade da escola, é que se pode dizer que a finalidade do educar é conduzir (o indivíduo) para o mundo, o seu exterior propriamente dito, é preparar o individuo para viver em sociedade, como muitos analistas da educação apresentam. Mas, para se conduzir de forma mais adequada e propriamente preparada, é preciso existir uma regra que oriente de certa forma o agir educacional.

Ao pensar no termo “educar”, fundamentalmente, vem em mente a ideia de uma instituição, humana, essencialmente, que abarca em si indivíduos que estão aí para receber e outros para “oferecer” conhecimentos, numa relação dita social. Diferentemente da forma como se vinha pensando o processo educacional, é gritante a necessidade em se perceber no aluno um indivíduo apto a construir conhecimento em si a partir de suas experiências. Igualmente não se pode escarnecer frente à figura do professor, o qual tem por missão orientar a realização do processo de ensino-aprendizagem na construção de conhecimentos dos indivíduos.

Palavra de importância capital no processo ensino-aprendizagem é “oferecer”, pois o professor não é aquele que tem algo a impor ou simplesmente apresentar ao aluno, mas sim tem algo a oferecer, por isso a necessidade de estar capacitado. O impor soa aos olhos e ouvidos de muitos como um sistema de ensino ditatorial, e o apresentar, à alguns soa como o fato de apenas mostrar o que o aluno precisa ver e saber, sem importar-se muito se o aluno vai ou não acolher em si algum conhecimento. Já, o oferecer, guarda em si até mesmo uma mística, um tanto espiritualista, que implica a atenção de quem oferece em “cativar” ao individuo para quem é oferecido.

Claro que, nas atuais relações de mercado em que está inserida a sociedade contemporânea, a educação vem tornando-se uma mercadoria, de valor mui estimável a muitos e um tanto banalizado para outros. Daí a necessidade desta mercadoria, tornar-se a semelhança de um “Cavalo de Tróia”, como daqueles da História grega, contendo em si potencialidades capazes de destruir as barreiras que o aluno tem frente de suas vistas, impossibilitando-o de contemplar a alienação social, na qual lhe “querem” introduzir.

Pensar a educação é imprescindível e urgente. Mas pensar de forma crítica, vendo de fato onde há erros, ou suas potencialização, que podem ocasionar toda a desestruturação de um processo de ensino-aprendizagem, que busca a autonomia dos indivíduos. Tal autonomia só pode ser conseguida pelos indivíduos quando estes, de alguma forma, conhecem além do mundo onde vivem conhecem a si mesmos em sua totalidade e são capazes de serem pessoas mais cientes de si mesmas. Assim, a educação toma um novo valor, recebe uma ressignificação de seus métodos, podendo, enfim, chegar a uma revalidação de si mesma.

O que parece intrínseco ao próprio ser humano é sua mutabilidade frente às evoluções que o mundo e a sociedade consequentemente estão suscetíveis na História. Porém se faz necessário pensar a educação como algo imutável, algo que tem parâmetros fixos, podendo apenas mudar o seu conteúdo e não o seu modo de agir no indivíduo. Porém, este modo deve estar de tal forma elaborado que não possa de nenhuma maneira ser falseado nos momentos históricos quanto a validade de seu processo.

Por isso pensar numa educação onde o individuo seja valorizado e onde ele esteja de tal forma apresentado que sua importância, além de parte edificante da sociedade, seja alguém capaz de pensar novas formas para orientar o agir social, isso é o que caracteriza a autonomia e a conscientização. Não é possível fazer o processo educacional ser organizado de tal forma que leve o indivíduo a ser alguém preso a ideias já prenunciadas por alguns. Se faz necessário formar indivíduos cônscios de sua responsabilidade social, e capacitados para a vida em sociedade de forma ativa e cooperativa. A educação deve, assim, se tornar mais humana e menos tecnicista, evitando cair em tecnicismos, onde o individuo seja orientado a ser nada mais que uma simples e passiva parte do meio social. A educação precisa ser pensada a fim de ser um meio de potencializar os indivíduos à vida em sociedade de forma autentica e autônoma.

Por isso, dir-se-ia que a educação tem uma relevante importância para os indivíduos quanto à potencialização dos mesmos construírem uma consciência de cidadãos. Pois a cidadania prescinde de indivíduos cônscios de sua realidade vivida, e capazes de construírem-se a si mesmos e moldarem ao próprio ambiente em que estão inseridos. A cidadania capacita os indivíduos a serem ativos na sociedade em que estão inseridos e capazes de auxiliarem na construção de uma sociedade cada vez mais humana, e menos mecanizada, que é a tendência moderna de construção social. Precisa-se, enfim, educar indivíduos para uma cidadania que os tornem capazes autonomia frente às decisões tanto de ordem política e, principalmente, pessoais.

REFERENCIAS


SCHÜTZ, Ricardo. WORD HISTORIES: conhecer uma palavra desde sua origem é como conhecer uma pessoa desde pequena. Disponível em http://www.sk.com.br/sk-hist.html, acesso em 10 de novembro de 2009.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Filosofia da educação. São Paulo: FTD, 1998.

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