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Filósofo: Aprenda da Coruja!

Filósofo: Aprenda da Coruja!
Filosofar é alçar voo sobre a realidade e contemplá-la!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Novidades

Olá pessoal, em breve estaremos postando mais coisas para discussão!
Nesse momento discutiremos os seguintes temas:

  • Estudo de conteúdos pragmáticos:
    • Conteúdos X Método;
    • Local da experiência filosófica na sala de aula.
  • Filosofia e cultura humana:
    • Pensamento e linguagem;
    • Trabalho e alienação;
    • Trabalho e lazer.
  • Filosofia e conhecimento:
    • O que é conhecimento?
    • Ideologia;
    • Surgimento da Filosofia: do mito à razão;
    • Reflexão filosófica;
    • Instrumentos do pensar;
    • Teoria do conhecimento.
  • Filosofia e Ciência:
    • Conhecimento científico;
    • O método científico;
    • As ciências humanas.
  • Filosofia e política:
    • Introdução à política;
    • Política na História da Filosofia;
    • Perspectivas políticas: Absolutismo, Liberalismo, Socialismo, Marxismo, Anarquismo;
    • Desvios do poder.
  • Filosofia e ética:
    • Introdução à Filosofia moral;
    • A liberdade;
    • Identidade do sujeito moral: Corpo, Amor, Erotismo, Morte.
  • Filosofia e estética:
    • Criatividades;
    • Introdução conceitual;
    • Arte como forma de pensamento;
    • Funções da arte;
    • Concepções estéticas.
  • Produção de subsídios e oficinas junto à alunos da Educação Básica, no Nível Médio.


Aguardem e confiram!!!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Por que é tão complicado unir religião e ciência?

Atualmente, vive-se numa busca constante, por meio da ciência na busca da verdade. Mas, será que esta é medível cientificamente, por meio de métodos construídos pelas mentes humanas, ou ela precisa de um certo teor de algo além da compreensão humana para ser encontrada pelo homem? Na visão contemporânea, a verdade deve ser provada, e para isto precisa de um método. E, na Idade Média, entre o século V e XV, toda a forma de conhecimento estava baseado em coisas metafísicas, como é o caso da experiência divina.
Em ambas as formas, sempre haverá alguém que não atingirá o conhecimento pleno da verdade, na primeira, por que nem todos terão acesso ao fato de empregar o método; no segundo, haverá aqueles indivíduos que não terão a experiência com o divino, e assim, também estarão privados do conhecimento pleno da verdade. Surgem aí os mediadores do conhecimento, que ao conhecerem algo novo, terão o compromisso de transmitir o que conheceram.

Justamente neste ponto fixam-se a maioria das criticas com relação ao processo de transmissão de conhecimentos na história, se eles foram fiéis ou não. Claro, que em alguns momentos isto não foi tão visível, mas existiu, tanto que, a revolução renascentista, que culminou no iluminismo tem seu embasamento critico e teórico desde meados da dita Idade das Trevas, como ficou conhecido o período em que a Igreja Cristã deteve o maior poder político e econômico da História. Idade das Trevas por que, o conhecimento produzido neste período dirigia-se principalmente para entender as realidades metafísicas, além da experiência física, com a qual tanto se preocuparam os modernos.

Quando os renascentistas começam a pensar de forma mais variada, influenciados por correntes filosóficas orientais, que defendiam a total liberdade do homem quanto às escolhas que fazia, começa então à caçada da Igreja, que por tanto tempo reduzira o homem a submissão de seus interesses. Com esse desejo incontido de liberdade, começam a surgir inúmeras correntes revolucionárias, que viriam a destruir toda a estrutura da Igreja, até então organizada.

Mas, os novos pensamentos que criaram-se não previam regras para guiar, muitas vezes certos atos, e, é que as grandes revoluções são criadas e mantidas. Aqueles que as aceitarem serão poupados, mas os que se rebelarem e não se moldarem nos novos parâmetros, não terão a mesma sorte. Parece-me que a figura opressora ainda está presente, só que de forma muito mais desenfreada e sem limites, já que todos são livres para pensar o que quiserem e fazerem o que quiserem, mas dentro de um padrão, nunca questionando aqueles que os deram a possibilidade de serem “livres”.

A Igreja manteve-se, porém perdeu em grande parte sua influência, já não dizia nada a ninguém, apenas àqueles que aderiram ao seu ideário. Começam as intensas divisões dentro da Igreja Cristã, que fazem com que surja uma reformulação do cristianismo, que entra para a história como Reforma (dos que se separam da Igreja Católica) e Contra-Reforma (por parte da Igreja, para reformular alguns de seus aspectos).
Mas, no próprio pensamento moderno existem inúmeras divisões, sendo a principal delas a divisão de racionalistas x empiristas. O mundo vive uma verdadeira crise de identidades e de significados tudo deve ser revivido e reformulado. Não é mais possível unir nada, tudo agora é guiado para a particularidade, para entender o específico. Não se deve ter mais monopólio, nem pela religião, nem pela ciência, o conhecimento pode ser alcançado por todos, Mas, nunca em plenitude, apenas em parte, por isso o saber especializado.
A ciência continua brigando com a religião com o medo de que a mesma volte a ter muito poder e queira novamente dominar. E, a religião quer que a ciência apenas procure uma forma mais adequada de evoluir e construir conhecimentos, evitando que se percam os mínimos valores da dignidade das coisas. Nem tudo pode ser conhecido pela experiência laboratorial, muitas coisas aliam-se ao estudo da convivência, e outras dependem apenas deste para se formularem. Por isso tudo envolve uma questão de dignidade.

Já que para ser verdade precisa ser provado, que as provas sejam de tal formas verdadeiras, que respondam diretamente a realidade, sem sombra alguma de dúvida, para serem validadas como tais. A religião não é contra a ciência, apenas quer que ela não atue de forma descontrolada, dizendo num primeiro instante que isso é verdadeiro, e logo, em seguida, “opa, estávamos enganados”. O que é, é, e o que não, ou talvez é, não é.

A ciência sempre diz que o seu método não é falho, mas em determinado momento pode chegar a dizer, que o seu instrumento tem uma pequeníssima probabilidade de falhar. Isto já chega, se há possibilidade não é 100% seguro, o resultado obtido empregando o referido método, pode também não o ser. Por isso a necessidade de agir com seriedade em questões que envolvem a dignidade dos seres, em especial, a dos seres humanos.

Exemplificando:

Quando se fala sobre a origem da vida, se ela surge na concepção, após a organogênese, ou ainda, por volta do 4º mês, os cientistas, em especial, ainda não tem um parecer final sobre isto, apenas um “talvez”. Como, então, na visão da Igreja Católica, em especial, se dizer que o aborto ou o uso de embriões em pesquisas com células troncos não seja um atentado contra a dignidade da vida e da pessoa humana? Não se sabe ao certo onde começa, e muito menos onde termina, como ainda alguém, ale, de citar o anteposto, tem a capacidade de dizer que se pode determinar o fim da vida, o momento da morte de alguém.

Se Deus existe ou não existe no momento não interessa, mas o caso é que se está limitando as possibilidades de uma pessoa a uma possibilidade. Por que não “dar mais uma chance”? “Uma nova oportunidade”? Onde está a dignidade da pessoa.

É neste ponto que ciência e religião devem sentar e discutirem juntas. Sem preconceitos, sem armas nenhumas. Vir simplesmente preparados para dialogarem sobre onde reside a dignidade da pessoa humana, e até que ponto se pode determinar o início ou o fim da mesma. E se não for possível determinar o inicio, como ainda será possível determinar o fim; e se não for determinado o fim, como se determinará o início. Parafraseando Aristóteles: “Tudo o que é gerado tem um fim... e tudo o que tem um fim, deve ser gerado”.
A religião pode ter errado em algum momento da história, mas agora ela vem com o anseio de consertar seus erros e poder se redimir para com a humanidade. Ela não quer separação apenas coerência com o que se diz. Se, é defendido um método cientifico onde vale o que melhor guie para a verdade, e que se chegue a mesma. Sem nenhum problema, mas se: por um método se chegar a uma verdade falha, de que adiantará o método. Se, é buscada a verdade, a mesma deve ser encontrada, não valendo aí uma verdade provisória, pois isso seria mentira, a verdade é uma só. Quanto a isso a Igreja Católica nunca errou. Ela sempre procurou a verdade, e nunca poupou esforços para encontrá-la, seus dogmas sempre condisseram com o que ela prega e vive. E, nenhum dogma é criado aleatoriamente, ele precisa ser muito bem estudado e provado.

A Igreja não é contra a ciência, ela quer que a ciência evolua, mas não fique promulgado meias verdades. A verdade só é encontrada na sua totalidade, é preciso compreender então isto. Não buscar conhecer fragmentos, mas o todo do que é estudado. A ciência, também quer conhecer a verdade da realidade no todo, mas precisa retomar a sua essência, que é “conhecer a realidade”.

Guardador de rebanhos


"Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
 Sei a verdade e sou feliz."

ALBERTO CAEIRO